Não é fácil para ninguém superar o término de um relacionamento. Geralmente, as questões envolvidas são complexas, confusas, e o significado remete à perda. A certeza do querer se separar não é objetiva, clara e firme; não é uma questão confortável, livre de impedimentos, que leva a atitudes tranqüilas.
Alguém sempre é pego de surpresa... Mesmo que o relacionamento não esteja bem há algum tempo, um deles é quem traz a notícia – pela melhor percepção, ou pelo esgotamento gerado na situação que se tornou insustentável –, enquanto o outro perde o chão debaixo dos pés, sem saber ao certo o que fazer.
A tese que sustenta o início de um relacionamento é aquela que faz entender o significado que o outro tem: sua importância, seu valor, sua completude na relação a dois. Geralmente, produz um efeito muito “positivo”: a novidade, a alegria, a paixão são elementos formadores do idealismo, de uma “moldura” que já existe em nosso inconsciente e que se encaixa na paisagem “ideal”, ou melhor, idealizada. Isso gera a cobertura dos problemas e dos defeitos de cada um.
A antítese é a negação desse idealismo. É o perceber que a paisagem, na verdade, destoa da moldura, que o relacionamento tomou caminhos duvidosos – e que talvez seja melhor não permanecer juntos. Aquele(a) outro(a) não completa mais, não é cúmplice, não é parceiro(a).
Daí, quando se termina o relacionamento, é preciso lidar com o fracasso pessoal, pois, em última análise, cada qual é responsável pelo desenrolar daquela situação, da figura emoldurada, idealizada e desgastada, pela falta de percepção pessoal, ainda que não quisesse aquele fim.
A síntese é a superação. Aquele que pede o término sofre pela responsabilidade de ser o “causador” do mal (ainda que não seja o único responsável). O outro também sofre, seja porque se sente dispensado, seja porque ainda gosta e não consegue encarar a situação de forma final. Perguntas do tipo “por que comigo?” ou “o que fiz de errado?” ecoam como verdadeiras bombas arrasadoras da auto-estima, do ego.
A fragilidade emocional e o encarar das conseqüências é um fardo pesado nessa hora. Afinal, já não se possui mais aquilo que era habitual: dividir assuntos, alegrias, tristezas. Aliás, a tristeza agora faz parte do outro como causador, ou como atitude causada. Enfim, a outra pessoa agora é parte da tristeza.
Ninguém deixa de gostar de alguém porque quer. O relacionamento e seu desgaste é que conduzem ao fato. Entretanto, é difícil encarar a responsabilidade individual pelo término. Geralmente, o outro sempre é culpado, é o vilão. A responsabilidade nunca é dividida, partilhada.
A superação se dá no momento em que se encara a realidade, e o quanto antes: o relacionamento findou. Eis o fato. Todavia, isso não é simples.
Por mais que o racional nos aponte a realidade fria, o emocional precisa de tempo para elaborar o luto pela perda do ente amado, e esse processo não é fácil. Várias pessoas sofrem durante anos por aquele relacionamento que ficou marcado na vida, mesmo que se apaixonem depois por outra – e isso, muitas vezes, impede que prossigam na vida, vivendo plenamente o outro relacionamento.
Isso acontece por alguns motivos oriundos da primeira fase: a questão de quanto se idealizou o outro, fazendo dele alguém que ele não era – e agora se torna difícil abandonar a idéia da “pessoa perfeita”; a questão do investimento e a sensação de tempo perdido, do lucro exaurido, bem como a tentativa de manter o status quo, esperando que as coisas voltem a ser como antes, devido à resistência às mudanças; a questão da dificuldade de ser “abandonado(a)”, rejeitado(a) e, portanto, a dificuldade em dizer um NÃO, de uma vez por todas, ao relacionamento que se foi.
Há também a questão da cisma, do sofrer escandalosamente, do chorar, do relembrar obsessivamente, sempre com um excesso imaginativo, supervalorizando as situações que nem sempre ocorreram daquela forma – mas que, pelos significantes, ganharam significados que não são desconstruídos facilmente.
Por último, a questão do nunca amar de novo, de não encontrar nenhum outro relacionamento que dê segurança. Aí, entra o problema do amor próprio: alguém que não está mais sendo amado e insiste em um sonho fracassado mostra que não está se amando. Se não se ama, não sabe o que é amor e, por isso, não pode amar o outro.
Portanto, superar é se dar uma nova chance, arriscar-se novamente, reconstruindo os valores, a auto-estima, fazendo aquilo que se gosta sem se punir por assim fazer, mesmo que se esteja só – mas fazer para si mesmo(a), descobrindo novos caminhos, novas paisagens, novos olhares, aprendendo com o fracasso para construir um futuro mais verdadeiro. A superação consiste em não jogar fora as batutas – mas reger a vida de forma clara, sincera e esperançosa em si próprio(a), a fim de que se alcance o outro.
Alguém sempre é pego de surpresa... Mesmo que o relacionamento não esteja bem há algum tempo, um deles é quem traz a notícia – pela melhor percepção, ou pelo esgotamento gerado na situação que se tornou insustentável –, enquanto o outro perde o chão debaixo dos pés, sem saber ao certo o que fazer.
A tese que sustenta o início de um relacionamento é aquela que faz entender o significado que o outro tem: sua importância, seu valor, sua completude na relação a dois. Geralmente, produz um efeito muito “positivo”: a novidade, a alegria, a paixão são elementos formadores do idealismo, de uma “moldura” que já existe em nosso inconsciente e que se encaixa na paisagem “ideal”, ou melhor, idealizada. Isso gera a cobertura dos problemas e dos defeitos de cada um.
A antítese é a negação desse idealismo. É o perceber que a paisagem, na verdade, destoa da moldura, que o relacionamento tomou caminhos duvidosos – e que talvez seja melhor não permanecer juntos. Aquele(a) outro(a) não completa mais, não é cúmplice, não é parceiro(a).
Daí, quando se termina o relacionamento, é preciso lidar com o fracasso pessoal, pois, em última análise, cada qual é responsável pelo desenrolar daquela situação, da figura emoldurada, idealizada e desgastada, pela falta de percepção pessoal, ainda que não quisesse aquele fim.
A síntese é a superação. Aquele que pede o término sofre pela responsabilidade de ser o “causador” do mal (ainda que não seja o único responsável). O outro também sofre, seja porque se sente dispensado, seja porque ainda gosta e não consegue encarar a situação de forma final. Perguntas do tipo “por que comigo?” ou “o que fiz de errado?” ecoam como verdadeiras bombas arrasadoras da auto-estima, do ego.
A fragilidade emocional e o encarar das conseqüências é um fardo pesado nessa hora. Afinal, já não se possui mais aquilo que era habitual: dividir assuntos, alegrias, tristezas. Aliás, a tristeza agora faz parte do outro como causador, ou como atitude causada. Enfim, a outra pessoa agora é parte da tristeza.
Ninguém deixa de gostar de alguém porque quer. O relacionamento e seu desgaste é que conduzem ao fato. Entretanto, é difícil encarar a responsabilidade individual pelo término. Geralmente, o outro sempre é culpado, é o vilão. A responsabilidade nunca é dividida, partilhada.
A superação se dá no momento em que se encara a realidade, e o quanto antes: o relacionamento findou. Eis o fato. Todavia, isso não é simples.
Por mais que o racional nos aponte a realidade fria, o emocional precisa de tempo para elaborar o luto pela perda do ente amado, e esse processo não é fácil. Várias pessoas sofrem durante anos por aquele relacionamento que ficou marcado na vida, mesmo que se apaixonem depois por outra – e isso, muitas vezes, impede que prossigam na vida, vivendo plenamente o outro relacionamento.
Isso acontece por alguns motivos oriundos da primeira fase: a questão de quanto se idealizou o outro, fazendo dele alguém que ele não era – e agora se torna difícil abandonar a idéia da “pessoa perfeita”; a questão do investimento e a sensação de tempo perdido, do lucro exaurido, bem como a tentativa de manter o status quo, esperando que as coisas voltem a ser como antes, devido à resistência às mudanças; a questão da dificuldade de ser “abandonado(a)”, rejeitado(a) e, portanto, a dificuldade em dizer um NÃO, de uma vez por todas, ao relacionamento que se foi.
Há também a questão da cisma, do sofrer escandalosamente, do chorar, do relembrar obsessivamente, sempre com um excesso imaginativo, supervalorizando as situações que nem sempre ocorreram daquela forma – mas que, pelos significantes, ganharam significados que não são desconstruídos facilmente.
Por último, a questão do nunca amar de novo, de não encontrar nenhum outro relacionamento que dê segurança. Aí, entra o problema do amor próprio: alguém que não está mais sendo amado e insiste em um sonho fracassado mostra que não está se amando. Se não se ama, não sabe o que é amor e, por isso, não pode amar o outro.
Portanto, superar é se dar uma nova chance, arriscar-se novamente, reconstruindo os valores, a auto-estima, fazendo aquilo que se gosta sem se punir por assim fazer, mesmo que se esteja só – mas fazer para si mesmo(a), descobrindo novos caminhos, novas paisagens, novos olhares, aprendendo com o fracasso para construir um futuro mais verdadeiro. A superação consiste em não jogar fora as batutas – mas reger a vida de forma clara, sincera e esperançosa em si próprio(a), a fim de que se alcance o outro.
Um comentário:
Ficou legal este texto hein! eheh
Bom demais da conta..
Abraçus amigo
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