Minha paixão pela literatura começou cedo, não serei hipócrita, não é todo livro que gosto de ler. E nem toda literatura considerada boa pelos críticos, ou pela academia me seduz. Escrever é uma arte e, como toda arte se faz manifesta pelos gostos e prazeres, primeiro individual de cada artista, depois, meio que coletivo, dos que apreciam a arte produzida e dela se fazem admiradores, mas nunca unânime. Assim cultivei meu gosto pela literatura, não gostando de tudo que literário, simplesmente, por ter indicação de grandes nomes ou fazer parte do roteiro de estudos para as provas das chamadas Universidades Federais...
Entretanto, meu gosto pousou, em particular, em dois autores: Fernando Sabino (O encontro marcado foi o primeiro livro que li- não por obrigação escolar, mas porque quis ler!), e Roberto Drummond. Os dois guardam um aspecto particular- a mineiridade, o regionalismo bucólico que nos transporta às páginas dos livros à capital mineira. Isso mexeu comigo! ao ver retratados nos escritos ruas dos bairros Santa Tereza, Floresta, Santo Antônio, e inúmeros lugares aqui da cidade. Esses pequenos detalhes me inspiraram, e prederam minha atenção naquilo de belo que eles tinham à comunicar.
O homem nu é uma crônica de Fernando Sabino, que relata as manobras de um casal tentando fugir de um cobrador, por não terem, naquele dia, dinheiro para honrar seus compromissos com as prestações. Mas que por um lance do acaso, o homem devedor fica preso, nu, ao lado de fora de seu apartamento- angustiado pelo seu estado in natura e, atormentado com o cobrador que virá para sanar aquilo que lhe é de direito. E, como desgraça pouca é bobagem, no final tem a surpresa irônica!
Na verdade, o texto me chama atenção simplesmente pelo fato das pessoas gostarem de ficar nuas! Ainda, a pouco tempo falei sobre isso...
O homem foi pegar o pão pelado, na crônica, e ficou preso do lado de fora de seu apartamento. O ato insano traz a adrenalina, a emoção de viver entre o limite do proibido (é defeso só se pegarem) e a vontade de romper o limite(cometer o ato em si)... Era só uma idinha para fora dos "muros", ninguém veria, era muito cedo, seria algo rápido e, no final, prazeroso! Entretanto, a porta bateu e o deixou preso do lado de fora, num estado natural, na possibilidade real de ser descoberto- de cometer de fato (só se descobrirem) o ilícito.
Também a ironia- uma vez que o homem nu está angustiado por estar nu e, possivelmente exposto, mas, ainda preocupado com a chegada do cobrador. Brilhantemente, a proibição se mostra hipócrita; não é errado mentir e enganar, o errado é estar nu! a inversão de valores, na moral moderna é denunciada de forma sutil ( o escândalo da vizinha chamando a polícia). Enganar e mentir não seria tão inescrupuloso (mesmo que prejudicando ao outro), como estar nu. Dessa forma, Sabino não deixa o aventureiro insano de sua crônica passar ileso, no final vindo a surpresa e o espanto! O devedor prefere atender a polícia do que receber em sua casa o credor e explicar-lhe os motivos, tão de início proposto por sua companheira.
Assim, concluo: ainda preferiria estar nu, do que manobrando o direito dos outros para benefício ilícito. O que muitos gritariam: "você está louco?"
Entretanto, meu gosto pousou, em particular, em dois autores: Fernando Sabino (O encontro marcado foi o primeiro livro que li- não por obrigação escolar, mas porque quis ler!), e Roberto Drummond. Os dois guardam um aspecto particular- a mineiridade, o regionalismo bucólico que nos transporta às páginas dos livros à capital mineira. Isso mexeu comigo! ao ver retratados nos escritos ruas dos bairros Santa Tereza, Floresta, Santo Antônio, e inúmeros lugares aqui da cidade. Esses pequenos detalhes me inspiraram, e prederam minha atenção naquilo de belo que eles tinham à comunicar.
O homem nu é uma crônica de Fernando Sabino, que relata as manobras de um casal tentando fugir de um cobrador, por não terem, naquele dia, dinheiro para honrar seus compromissos com as prestações. Mas que por um lance do acaso, o homem devedor fica preso, nu, ao lado de fora de seu apartamento- angustiado pelo seu estado in natura e, atormentado com o cobrador que virá para sanar aquilo que lhe é de direito. E, como desgraça pouca é bobagem, no final tem a surpresa irônica!
Na verdade, o texto me chama atenção simplesmente pelo fato das pessoas gostarem de ficar nuas! Ainda, a pouco tempo falei sobre isso...
O homem foi pegar o pão pelado, na crônica, e ficou preso do lado de fora de seu apartamento. O ato insano traz a adrenalina, a emoção de viver entre o limite do proibido (é defeso só se pegarem) e a vontade de romper o limite(cometer o ato em si)... Era só uma idinha para fora dos "muros", ninguém veria, era muito cedo, seria algo rápido e, no final, prazeroso! Entretanto, a porta bateu e o deixou preso do lado de fora, num estado natural, na possibilidade real de ser descoberto- de cometer de fato (só se descobrirem) o ilícito.
Também a ironia- uma vez que o homem nu está angustiado por estar nu e, possivelmente exposto, mas, ainda preocupado com a chegada do cobrador. Brilhantemente, a proibição se mostra hipócrita; não é errado mentir e enganar, o errado é estar nu! a inversão de valores, na moral moderna é denunciada de forma sutil ( o escândalo da vizinha chamando a polícia). Enganar e mentir não seria tão inescrupuloso (mesmo que prejudicando ao outro), como estar nu. Dessa forma, Sabino não deixa o aventureiro insano de sua crônica passar ileso, no final vindo a surpresa e o espanto! O devedor prefere atender a polícia do que receber em sua casa o credor e explicar-lhe os motivos, tão de início proposto por sua companheira.
Assim, concluo: ainda preferiria estar nu, do que manobrando o direito dos outros para benefício ilícito. O que muitos gritariam: "você está louco?"
2 comentários:
Então tira roupa e fica nu! kkkkkkk
Cadê as ilustrações? KKKKKKKKK
beijinhos pra vc, coisa linda!
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